Por definição, erva é qualquer planta
que exerça ação terapêutica no corpo. Naturalmente, isso inclui a maior parte
das frutas e vegetais, e não apenas as flores ou frutos: folhas, cascas, caules
e raízes também podem ser medicinais.
As ervas assemelham-se aos alimentos, e
há, de fato, um tênue limite entre os dois.
As vitaminas, os minerais e os
oligoelementos contidos nas ervas suprem o organismo de elementos naturais para sua manutenção. Ao mesmo
tempo, os outros agentes medicinais, tais como óleos essenciais, princípios
amargos, taninos e alcalóides, agem mais
especificamente no organismo, e cada qual tem afinidade com um sistema ou órgão
em particular.
Todas as plantas medicinais contêm uma extensa
gama de agentes terapêuticos que demonstram ação variada. A maneira como
utilizamos as ervas também influencia seus efeitos no organismo.
Há muitas maneiras de ingerir ervas e
obter benefícios dos efeitos terapêuticos, exercendo influência de um modo ou
de outro na química do organismo. A forma mais óbvia de tomar ervas é incluí-las
na dieta. Saladas com manjericão, coentro, rúcula e salsinha; vinagretes com
alho; peixe com dill ou azedinha; batatinhas com hortelã fresca; biscoitos e
molhos com gengibre; e pizza com orégano são, sem sabermos, nossos medicamentos
diários. Quando esses alimentos são digeridos, os elementos terapêuticos das
ervas entram na corrente sanguínea e circulam pelo corpo.
A maioria das ervas aromáticas
contém alta proporção de óleos
essenciais com propriedades
antimicrobianas (combatem as infecções). Antes do advento dos refrigeradores, seriam
vitais para a saúde (para acabar com qualquer bactéria nos alimentos), além de demonstrar
a habilidade culinária do chef.
A pele é um órgão cuja área absorvente –
vasta e repleta de minúsculos capilares – retém os princípios ativos da planta,
que são conduzidos até a corrente sanguínea. Massageie o corpo com óleos
essenciais diluídos, esfregue loções, ungüentos e cremes à base de tinturas, e
use compressas e cataplasmas.
O corpo humano é extremamente bem
adaptado para metabolizar elementos fitoterápicos da maneira como eles ocorrem na
natureza, o que significa que o uso de ervas proporciona baixo risco de efeitos
colaterais ou de piora. Porém, é importante que todos os remédios fitoterápicos
sejam usados em estado tão natural quanto possível, assegurando-se de que são
orgânicos e livres de defensivos químicos e outros poluentes.
Ao escolher ervas, procure colhê-las em locais
distantes de estradas ou de plantações que possam ter sido tratadas com
pesticidas ou fertilizantes químicos. Evite ainda a colheita em áreas onde não
haja profusão de ervas (várias ervas importantes começam a se tornar escassas,
beirando a extinção) e em que as plantas pareçam pouco desenvolvidas ou doentes.
Ao comprá-las, verifique se vieram de fonte segura.
Livro 100 Receitas de Sáude, Ervas
Medicinais de Anne McIntyre